quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Você sabia que dia 29 de Janeiro, e o Dia Nacional de Visibilidade das Travestis? Olhe o que ocorreu!



Entidades LGBTs do Acre realizaram no dia 30 de janeiro de 2011, Ato em comemoração ao dia 29 de Janeiro, Dia nacional da visibilidade das travestis
Movimento denunciou a negligência governamental na defesa dos Direitos e da segurança dos homossexuais


 

 
Segundo o último levantamento realizado em 2010 pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), que há 30 anos trabalha com os números de assassinatos de homossexuais no país, 250 foram assassinados em virtude da homofobia no Brasil. Deste total 32% são travestis, ou seja, 80 travestis foram assassinadas devido ao preconceito e a discriminação.

Dia 29 de janeiro é o Dia Nacional de Visibilidade das Travestis. Aproveitando a data, a Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), o Grupo Diversidade pela Cidadania LGBT (GDAC), a Entidade Lésbica do Acre (ELA), a Associação de Mulheres Revolucionárias do Acre (AMAR) com o apoio do Centro de Referência LGBT, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, realizaram no dia 30 de janeiro de 2011, a partir das 16 horas, no Mercado Novo Velho um ato com o objetivo de denunciar a falta de uma lei específica que criminalize a homofobia no Brasil aliado a negligência governamental na defesa dos Direitos e da segurança dos LGBTs, os grandes responsáveis por esse crescente número de assassinatos e agressões aos homossexuais em todo o Brasil.



A idéia foi sensibilizar a população em relação a questão, bem como chamar a atenção das autoridades acreanas para a agravante problemática. Para isso, os militantes estenderam a bandeira do arco-íris e fincaram cruzes brancas, representando as travestis e transexuais, vítimas de violência e discriminação no Acre e no Brasil; houve a leitura de um manifesto; a exibição do documentário  Sou Travesti, Tenho direito de ser quem eu Sou, realizada pelo Ministério da Saúde e o movimento social de Travestis e Transexuais do Brasil; e a distribuição do material da campanha Sou travesti. Tenho direito de ser quem eu sou, destinado para o enfrentamento a discriminação.




O ato simbolizou o luto pelas 88 travestis assassinadas em 2010 em todo o Brasil vitimas da homofobia, além de chamar à atenção para as que sofrem a cada dia agressões físicas e psicológicas e são lançadas à margem da sociedade como pessoas invisíveis.





Transcrição do Manifesto lido na ocasião do Ato realizado dia 30 de Janeiro de 2011, em comemoração ao Dia 29 de Janeiro, Dia Nacional de Visibilidade das Travesti

MANIFESTO
Dia 29 de Janeiro, Dia Nacional de Visibilidade das Travestis

Nós da Associação de Homossexuais do Acre, do Grupo Diversidade pela Cidadania LGBT do Acre, da Entidade Lésbica do Acre, da Associação de Mulheres Revolucionárias do Acre (AMAR) e do Centro de Referência LGBT da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, realizamos este Ato, em comemoração ao Dia 29 de Janeiro, Dia Nacional de Visibilidade das Travestis.
Queremos sensibilizar a população Acreana para que entenda que é preciso respeitar as cidadãs travestis e transexuais.
Queremos também chamar à atenção das nossas autoridades para o problema da discriminação que sofrem nos espaços públicos e privados, que deveriam garantir direitos iguais, nem mais, nem menos.
Estamos aqui não para comemorar avanços, pois estamos de luto pelas 80 travestis assassinadas em 2010 em todo o Brasil vítimas da homofobia.
São cidadãs que sofrem a cada dia agressões físicas e psicológicas e são lançadas à margem da sociedade como pessoas invisíveis.
Aqueles que as apedrejam, são os mesmos que na noite se servem de uma ou outra travesti que é profissional do sexo.
Os exemplos da discriminação também estão na Escola. Começa quando não podem ser chamadas pelos seus nomes sociais a qual se identificam, causando constrangimento.
Na Saúde, ainda há um enorme preconceito em atendê-las com uma política de gênero inclusiva e universal.
Na Segurança Pública, devido ao machismo, a falta de informação, a própria homofobia, elas costumam sofrer hostilizações, e são espancadas, humilhadas e tratadas de forma desumana.
As cruzes brancas representam todas as travestis e transexuais, vítimas de violência e discriminação no Acre e no Brasil. Estamos com Elas que São Travestis, é que Têm o direito de serem quem São.
Para aqueles que são homofóbicos, lesbofóbicos e transfóbicos: Olhe, Olhe de Novo, e Veja Além do Preconceito. Pois Vivemos num país Laico, e devemos ser todos respeitados nas nossas diferenças, seja ela de cor, religião, sexo e identidade sexual.
O maior inimigo dos homossexuais é aquela pessoa que esconde todos os seus pecados atrás de uma cortina religiosa, os que não aprovam uma Lei especifica para criminalizar as agressões e os assassinatos que os homossexuais são vitimas cotidianamente, por causa da discriminação por serem apenas homossexuais.
Por um Brasil e um Acre melhor, as travestis merecem respeito e cidadania. Em defesa da vida de milhares de homossexuais, somos a favor da Criminalização da Homofobia, Lesbofobia e Transfobia.






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